Comemoração dos 505 anos de Noronha
Na matéria de hoje trazemos a história de uma cuiteense chamada Maria do Carmo Dias Barbosa, ou simplesmente, Dona Pituca, nascida no dia 09 de março de 1933, na localidade que anos depois passaria a ser a “Rua do Olho D’água” e de
onde sairia ainda criança, aos nove (09) anos de idade, para trabalhar na casa de um tio de
nome Odilon Teixeira, para, mais tarde, conquistar o seu “lugar ao sol” em nada mais, nada menos que no arquipélago pernambucano de Fernando de Noronha. Dona Pituca era filha do casal Semeão e Severina Cosme Dias, os quais são os patriarcas da segunda geração dessa família muito importante para a cultura da comunidade. A mesma tinha outras sete irmãs e dois irmãos,
dentre os quais estão as enfermeiras Zefinha, Elza, Edivan e Nita, pessoas
muito populares em nossa cidade, haja vista o legado conquistado por via dos relevantes serviços prestados no exercício da enfermagem, através do qual ajudaram a socorrer muitas vidas durante um longo período.
A história dessa ilustre filha do Aliança toma um rumo inesperado quando morando na ilha já a algum tempo é requisitada para cozinhar para os militares e presos políticos que eram mandados para lá durante o regime militar que comandou o golpe de 1964, dentre eles, os ex-governadores Miguel Arraes (de Pernambuco) e Seixas Dória (de Sergipe). A fama de D. Pituca como cozinheira cresceu vertiginosamente, bem como pela habilidade que tinha em lidar com esse público específico durante aquele nebuloso período vivido no Brasil. E cada vez mais pessoas tinham a sua casa como destino certo quando iam para Noronha, e foi isso que a levou a criar em 1970 a primeira pousada do arquipélago. Tal fato lhe rendeu um grande prestígio através do qual fez muitos amigos entre moradores da ilha, turistas e até políticos de renome como o ex-presidente José Sarney e o ex-governador Carlos Wilson.
Uma das muitas entrevistas - anos 80
Igreja N. Sra. dos Remédios
Barqueata de São Pedro
Dona Pituca faleceu em 1º de novembro de 2012, aos 79 anos, no Recife, em razão de um AVC, mas seu sepultamento só ocorreu três dias depois em decorrência das muitas homenagens que incluíram desfile em carro aberto do Corpo de Bombeiros e missa de corpo presente. No funeral, muitos parentes, amigos e o administrador da ilha à época, Romeu Baptista, se despediram emocionados, e ao lado do caixão, a sempre presente imagem de São Pedro. O corpo foi sepultado no Cemitério N. Sra. Da Conceição, que por coincidência é a padroeira da Comunidade do Aliança. Sua morte repercutiu em vários sites importantes, a exemplo do G1, e sua história foi tema de diversos trabalhos acadêmicos, documentários e livros, além de servir como enredo temático para quadrilhas juninas de Noronha.
Missa de corpo presente
Cortejo
Cemitério N. Sra. da Conceição
Homenagens anuais
REFERÊNCIAS:
SILVA. Marieta Borges Lins - “Fernando de Noronha: Cinco Séculos de História”. F. de Noronha – PE. 2012.
PORTAL G1- Pernambuco – Viver Noronha;
PORTAL DO ARQUIPÉLAGO DE NORONHA;
NOTA DA REDAÇÃO:
É sempre bom lembrar que o objetivo dessa página é registrar e salvaguardar, ao nosso modo, o patrimônio histórico e cultural dessa parte de Cuité, além de compartilhar as experiências vividas e as ações realizadas pela SAD, em cujo trabalho fazemos questão de enaltecer nossa gente, que é a nossa maior riqueza. E nessa nova coluna abrimos espaço para as histórias de pessoas que, de forma positiva, foram destaque na própria comunidade ou fora dela, seja pelo modo peculiar de viver, seja pelas grandes conquistas pessoais, e principalmente, pela contribuição que deram para a construção de uma sociedade mais justa, colaborativa e sustentável.
Quer saber mais sobre essa e outras personagens? Curta, compartilhe, deixe seu comentário. E Aguarde o lançamento do livro que contará a história do Aliança.
ASCOM/SAD.
Com GT-Patrimônio.